Estamos no "Dezembro Laranja", mês de prevenção e conscientização sobre o câncer de pele e neste ano,
a Sociedade Brasileira de Dermatologia, faz um alerta para o verão que se
aproxima. Com a diminuição da taxa de infecção e mortalidade pelo Coronavírus,
a estimativa é que as pessoas voltem a ocupar as praias com maior intensidade e
frequência, subestimando o uso de protetor solar.
Para
orientar e esclarecer, conversamos com o Dr. Pedro Colli, dermatologista
formado e residente pela Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP com título
de Especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, para que pudesse
esclarecer o comportamento desse tipo de câncer e orientar sobre as melhores
formas de prevenção.
Em
suas próprias palavras, o câncer de pele
é uma doença provocada pela multiplicação exagerada e descontrolada das células
em um ponto específico da pele e justamente a perda desse controle de multiplicação
causa uma lesão que leva ao câncer. Complementa ainda que existem diversos
tipos de câncer de pele, porém há 3 subtipos mais comuns: o melanoma, subtipo
mais agressivo e que corresponde a 3% de incidência no Brasil, e os carcinomas
basocelular e espinocelular, os quais são denominados de “câncer de pele não
melanoma” e têm 30% de incidência entre os brasileiros, segundo o INCA.
O
câncer de pele é um tipo de câncer que pode ser desenvolvido por fatores
externos, que vão além da genética e predisposição biológica, por isso é de
extrema importância que fiquem claras as suas causas e os melhores métodos de
prevenção.
Primeiramente,
“Qualquer lugar da pele pode ser
acometido”, segundo o Dr, Pedro, e ele continua: “No entanto, as áreas expostas ao sol são as mais suscetíveis ao
desenvolvimento da doença, como o rosto, o “V” do decote e os braços. Apesar de
menos frequente, o câncer de pele também pode se desenvolver em áreas cobertas
do corpo, como região das mamas, pés e até região genital.”
Por
isso ele reforça que a maneira mais eficaz de prevenção ainda é proteger as
áreas expostas ao sol usando protetor solar acima de fator 30, diariamente, e
evitar tomar sol entre os horários das 10h às 16h, período em que a intensidade
da radiação ultravioleta é bem maior. Essas atitudes se tornam ainda mais
importantes para os que exercem profissões ou atividades de lazer com exposição
ao sol, como trabalhadores rurais ou praticantes de esportes, pois são
comportamentos diários que podem estimular o desenvolvimento da doença.
A
prevenção ainda é a melhor forma de evitar a manifestação do câncer de pele.
Então, como saber se uma
pessoa está com câncer de pele?
Para
responder a essa pergunta, as orientações do Dr. Pedro podem ser divididas em 3
passos:
1 – Identificar
“O câncer de pele pode se
manifestar de várias maneiras. O melanoma, por exemplo, se manifesta
inicialmente como pintas escuras, de diferentes colorações, bordas irregulares
e que estão sempre crescendo em tamanho. Outros tipos podem se manifestar como
feridas que nunca cicatrizam, com sangramento fácil e que também nunca param de
crescer.”
(Imagem: Site SDB)
2 – Diagnosticar
“Na maioria dos casos, o
exame físico dermatológico é suficiente para fechar o diagnóstico, sem
necessidade de outros exames complementares. Em caso de dúvida, o que é bem
menos frequente, o médico dermatologista pode realizar uma biópsia da pele,
procedimento que consiste na retirada de um pequeno fragmento da lesão para ser
avaliada em laboratório.”
3 – Tratar
“A principal forma de
tratamento do câncer de pele é a retirada cirúrgica da lesão. Alguns pacientes
que não podem ser submetidos à cirurgia por alguma complicação específica podem
se beneficiar do uso de alguns medicamentos aplicados no local da lesão. No
entanto, essa modalidade de tratamento não é tão eficaz quanto a cirurgia e
pode gerar mais recidivas.
Quando o câncer de pele
gera metástase, principalmente no caso do melanoma e do carcinoma
espinocelular, o tratamento oncológico com quimioterapia e/ou radioterapia
também deve ser realizado.
Vale ressaltar que quanto
antes o diagnóstico for realizado, maior a chance de cura total.”
Ele
ainda ressalta que, apesar de não ser muito comentado, o câncer de pele também pode
apresentar alta taxa de mortalidade, variando de 7% a 80%, a depender do tipo e
estágio do câncer quando detectado.
Com
isso, o especialista compartilhou uma experiência em seu consultório para
alertar a todos sobre prevenção e tratamento.
“Um episódio muito
marcante na minha vida profissional foi o caso de um paciente que infelizmente
faleceu por complicações da metástase de um melanoma. O intrigante dessa
história é que o paciente em questão foi diagnosticado a partir da metástase,
mas não possuía nenhuma lesão na pele que fosse sugestiva de câncer. Ao ser
questionado, o paciente então contou que alguns anos antes do diagnóstico havia
comprado um produto na farmácia por conta própria para “queimar” uma pinta na
sua mão, tratamento esse ineficaz e contra indicado para cânceres de pele,
resultando na complicação citada anteriormente.
Fica
aqui uma grande recomendação: nunca manipule ou tente retirar uma
lesão de pele sem a orientação de um dermatologista, pois tratamentos
inadequados podem gerar graves complicações. Ao menor sinal de alteração na
pele, procure atendimento médico dermatológico.”, finaliza.
Contato:
Pedro Colli - CRM 157.051 / RQE:69343
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